terça-feira, 17 de março de 2009

Ausência

Azul...turquesa


Olá meu amor.


Escrevo com a esperança de que os teus olhos possam ver primeiro estas palavras do que os meus possam ver os teus.


Sei que me pediste para não escrever mas acho que o fizeste porque sabias que ficaria triste assim que os meus dedos tocassem o teclado.


Penso em ti milhares de vezes por dia, vou tentando não demonstrar o que a tua ausência me provoca, ocupando os meus dias com muitas tarefas para fazer a um ritmo alucinante. Tento afastar o pensamento de que és tu quem me liga de cada vez que o telefone toca. E, de que vais fazer tudo para me esquecer...


Não passou um único dia que eu não desejasse escrever tudo o que trago em mim.

Queria falar do que se passou naquela longa quinta-feira.

Mas este não é o momento, vou fechar os olhos e reviver o momento, a partilha, as emoções, as sensações, o saber que se está vivo, amar e ser amado com a força do mundo.


Sempre gostei do que estas palavras representam:

"A distância é para o amor, o que o vento é para o fogo. Apaga o mais pequeno, aviva o mais forte."


Eu sei que és minha, também eu serei sempre teu.
Amo-te muito!


Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te perco

conheço tão bem o teu corpo

sonhei tanto a tua figura

que é de olhos fechados que eu ando

a limitar a tua altura

e bebo a água e sorvo o ar

que te atravessou a cintura

tanto, tão perto, tão real

que o meu corpo se transfigura

e toca o seu próprio elemento

num corpo que já não é seu

num rio que desapareceu

onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te perco


Mário Cesariny



Para ti, com todo o meu amor.
Sempre teu


Sem comentários: