quinta-feira, 13 de novembro de 2008

F, de felicidade



_Felicidade. Esta palavra podia resumir o que significas para mim.
Por vezes sei do que te vou falar, outras vezes deixo-me levar pela corrente de pensamentos que me atravessam. Pelos últimos acontecimentos no nosso amor.
Reparei em um novo dado muito importante, mas que te vou contar face-to-face.
Mas falava de felicidade, e melhor do que as palavras para descrever o que sentimos talvez a imagem que temos de nós juntos, não precisamos de beijos, abraços e pasme-se de fazer amor, basta a presença de um e do outro. O calor que inunda o coração, a paz, os sorrisos ternos. A felicidade é isto, é saber que temos quem desejámos do nosso lado, feliz por estar ali.

_Feliz. Porque hoje ouvi uma das coisas mais lindas de sempre. "Eu fico com as pernas a tremer".
Pois eu ao ouvir isto, fico como aquelas personagens de banda desenhada que vão da terra à lua e voltam umas dez vezes em cinco segundos.

Hoje estou mais feliz, sei que vou dormir mal, e acordar bem cedo para procurar no lugar de sempre as tuas palavras, porque hoje tens "espaço" e "paz" para escrever.

_F, de fazer amor. (sem comentários)

_Face. A tua, a mais bela de todas. A que vejo ao fechar os olhos para dormir, a que me desperta todos os dias com a alma repleta de amor. Adoro tocar a tua face, sentir o teu nariz frio, acariciar o teu cabelo, perder-me nos teus olhos e beijar-te com carinho, outras vezes com paixão, com sofreguidão, como se o mundo terminasse amanhã.


(Para ti, uma das mais belas músicas de sempre, que espero um dia cantar ao teu ouvido, completamente nus e muito abraçados:))
_Fascinação
Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor

_F, de fazer amor. Pois eu...e, era assim...e também fazia..., depois tu...(isto parece mais sexo do que fazer amor, o que também é bom)

_F, de fazer amor. Poucas vezes imagino como seria fazer amor contigo, hoje, amanhã ou no nosso aniversário*.
Não é que não me apeteça, mas quanto mais penso mais desejo, e depois é como uma cisma, e nós sabemos como são as cismas...
Das vezes que falamos de fazer amor, concordamos que seria como renascer, e é assim que eu o vejo.
Beijos e caricias tão belos que envergonhariam o Renoir ou o Degas.
A respiração ofegante, os lábios que se beijam, os sexos que se abraçam, as unhas que sem magoar se cravam nas costas, os odores que se libertam do corpo, as gotas de suor que se misturam, as palavras sussurradas, as línguas que viajam, o arrepio que percorre o corpo, os orgasmos que sempre se desejaram, a fronteira do desejo alcançada, finalmente fazer amor com quem amo tanto e por quem me ama da mesma maneira.

Respiro fundo, acalmo o coração.


*Pormenor interessante este do aniversário. O escritor tenta fazer com que a sua amada consiga umas horas a sós para os amantes. Aqui ele manifesta uma vontade louca de estar com ela, e diz que o dia de aniversário seria o ideal. Basta ela conseguir uma desculpa, dizer que tem algo para fazer. A data pode ser outra, desde que não seja para lá de 2100.


Alguém disse um dia que temos a vida encerrada em poemas e sons...
Mais do que todos, somos nós que vivemos assim, as palavras e a música alimentam-nos.
Não vou comentar a tua resposta à pergunta que ao final da tarde te fiz. Por vezes esqueço a condição em que vive o nosso amor, julgo que tu és só minha, esqueço que fui eu quem te deixou partir, namorar, casar, ter um filho. Em nenhum momento tentei impedir, te disse o que sentia ou lutei por ti. Chegou a hora de o fazer, os erros não podem ser corrigidos, mas novos erros podem ser evitados, não deves viver sem amor, luto porque sei que o devo fazer, porque mereces , porque és tu quem eu amo, porque me amas.


_Fado. No dia que partilhas a tua voz preferida, eu te dou a minha.
Para ti, Carlos Do Carmo
Estrela da tarde

Era a tarde mais longa de todas as tardes
Que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas
Tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
Tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste
Na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhamos tardamos no beijo
Que a boca pedia
E na tarde ficamos unidos ardendo na luz
Que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto
Tardaste o sol amanhecia
Era tarde demais para haver outra noite,
Para haver outro dia.
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.

Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos nocturnos silêncios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.

Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.
Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto!



Amo-te como se não houvesse amanhã

Para ti, com todo o meu amor



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